*Imagem: Freepik
Essa má-formação exige cuidados do nascimento até a fase adulta_
A fissura labiopalatina é um problema congênito que consiste em uma fenda ou abertura entre o lábio e o palato, popularmente conhecido como “céu da boca”. Essa má-formação ocorre durante a gestação e, de acordo com especialistas, pode ter origem hereditária ou por conta de fatores de risco durante a gravidez, como consumo de bebidas alcoólicas, uso de cigarros, reações adversas a medicamentos, infecções ou deficiência em ácido fólico.
Atualmente, as fendas são identificadas por meio de ultrassonografia, ainda no período embrionário. Ou seja, até a 12ª semana de gestação. De acordo com a Associação Brasileira de Fissuras Labiopalatinas, essa deformidade ocorre em, aproximadamente, um a cada 650 recém-nascidos no mundo. Essa condição costuma impactar diretamente a qualidade de vida da criança, inclusive, nos primeiros dias após o nascimento, pois a abertura pode dificultar a pega correta durante a amamentação, comprometendo a alimentação e provocando alterações nutricionais.
“Bebês com essa condição precisam de atenção ainda na maternidade, especialmente durante a mamada. Caso se perceba comprometimento na sucção e no volume de leite ingerido, pode ser necessária a indicação de bicos artificiais para evitar fadiga, engasgos e garantir uma vedação adequada”, afirma Priscilla Aleixo, enfermeira e docente do curso de Enfermagem do UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Juazeiro do Norte.
Os bicos artificiais são adaptações específicas para mamadeiras e chupetas, estimulando a vedação correta da área exposta. Como existem diferentes opções no mercado, a indicação e adequação devem ser acompanhadas por um especialista, dependendo do caso de cada criança. Outro desafio associado à fissura labiopalatina é o desenvolvimento da fala, que pode ser prejudicado devido à abertura na região bucal.
De acordo com a fonoaudióloga Thalia Reis e docente do curso de Fonoaudiologia da UNINASSAU Juazeiro do Norte, a intervenção fonoaudiológica também deve ser precoce. “A atuação do profissional é pautada no manejo seguro e eficiente da alimentação do bebê, pois a falta de integridade das estruturas leva a disfunções orais, trazendo risco à saúde geral. À medida que a criança cresce, também é necessário acompanhar a transição para as papinhas e os alimentos mais sólidos, observando como ela morde, mastiga e engole. Essa fase é muito importante porque a fissura pode vir acompanhada de alterações musculares e sensoriais, interferindo no processo de motricidade orofacial, ligado à fala, respiração, deglutição e mastigação”, destaca.
A especialista ainda alerta para os riscos de alterações auditivas provocadas por infecções recorrentes no ouvido. Vale ressaltar que existem diferentes classificações para esse tipo de fissura, dependendo da extensão da fenda e das estruturas atingidas. Ela pode envolver todo o palato (do lábio até a úvula) ou atingir apenas o canal nasopalatino, com a possibilidade de afetar, ou não, os lábios e os dentes. Além do acompanhamento de médicos, enfermeiros e fonoaudiólogos, cabe aos cirurgiões plásticos ou bucomaxilofaciais definirem a melhor abordagem para a correção. Dependendo do caso, a idade mínima para realização da cirurgia varia entre três meses e um ano de vida.
Em maio deste ano, foi aprovada a Lei Federal nº 15.133, que garante cirurgia reconstrutiva e tratamento vitalício a pessoas com fissura labiopalatina por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Isso representa um importante avanço para a saúde do indivíduo, pois, mesmo com a intervenção cirúrgica, o paciente pode necessitar de acompanhamento multidisciplinar em diferentes fases da vida.
“O tratamento da fissura só funciona bem quando é feito em equipe — com fonoaudiólogos, cirurgiões-dentistas, médicos, otorrinolaringologistas, psicólogos, assistentes sociais e pediatras — cada um com seu olhar. É um cuidado que vai além da técnica. É acolhimento, presença e muito amor envolvido”, finaliza Thalia.
Fissura labiopalatina: diagnóstico precoce, tratamento pelo SUS e o papel do cuidado multidisciplinar
Essa má-formação exige cuidados do nascimento até a fase adulta_
A fissura labiopalatina é um problema congênito que consiste em uma fenda ou abertura entre o lábio e o palato, popularmente conhecido como “céu da boca”. Essa má-formação ocorre durante a gestação e, de acordo com especialistas, pode ter origem hereditária ou por conta de fatores de risco durante a gravidez, como consumo de bebidas alcoólicas, uso de cigarros, reações adversas a medicamentos, infecções ou deficiência em ácido fólico.
Atualmente, as fendas são identificadas por meio de ultrassonografia, ainda no período embrionário. Ou seja, até a 12ª semana de gestação. De acordo com a Associação Brasileira de Fissuras Labiopalatinas, essa deformidade ocorre em, aproximadamente, um a cada 650 recém-nascidos no mundo. Essa condição costuma impactar diretamente a qualidade de vida da criança, inclusive, nos primeiros dias após o nascimento, pois a abertura pode dificultar a pega correta durante a amamentação, comprometendo a alimentação e provocando alterações nutricionais.
“Bebês com essa condição precisam de atenção ainda na maternidade, especialmente durante a mamada. Caso se perceba comprometimento na sucção e no volume de leite ingerido, pode ser necessária a indicação de bicos artificiais para evitar fadiga, engasgos e garantir uma vedação adequada”, afirma Priscilla Aleixo, enfermeira e docente do curso de Enfermagem do UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Juazeiro do Norte.
Os bicos artificiais são adaptações específicas para mamadeiras e chupetas, estimulando a vedação correta da área exposta. Como existem diferentes opções no mercado, a indicação e adequação devem ser acompanhadas por um especialista, dependendo do caso de cada criança. Outro desafio associado à fissura labiopalatina é o desenvolvimento da fala, que pode ser prejudicado devido à abertura na região bucal.
De acordo com a fonoaudióloga Thalia Reis e docente do curso de Fonoaudiologia da UNINASSAU Juazeiro do Norte, a intervenção fonoaudiológica também deve ser precoce. “A atuação do profissional é pautada no manejo seguro e eficiente da alimentação do bebê, pois a falta de integridade das estruturas leva a disfunções orais, trazendo risco à saúde geral. À medida que a criança cresce, também é necessário acompanhar a transição para as papinhas e os alimentos mais sólidos, observando como ela morde, mastiga e engole. Essa fase é muito importante porque a fissura pode vir acompanhada de alterações musculares e sensoriais, interferindo no processo de motricidade orofacial, ligado à fala, respiração, deglutição e mastigação”, destaca.
A especialista ainda alerta para os riscos de alterações auditivas provocadas por infecções recorrentes no ouvido. Vale ressaltar que existem diferentes classificações para esse tipo de fissura, dependendo da extensão da fenda e das estruturas atingidas. Ela pode envolver todo o palato (do lábio até a úvula) ou atingir apenas o canal nasopalatino, com a possibilidade de afetar, ou não, os lábios e os dentes. Além do acompanhamento de médicos, enfermeiros e fonoaudiólogos, cabe aos cirurgiões plásticos ou bucomaxilofaciais definirem a melhor abordagem para a correção. Dependendo do caso, a idade mínima para realização da cirurgia varia entre três meses e um ano de vida.
Em maio deste ano, foi aprovada a Lei Federal nº 15.133, que garante cirurgia reconstrutiva e tratamento vitalício a pessoas com fissura labiopalatina por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Isso representa um importante avanço para a saúde do indivíduo, pois, mesmo com a intervenção cirúrgica, o paciente pode necessitar de acompanhamento multidisciplinar em diferentes fases da vida.
“O tratamento da fissura só funciona bem quando é feito em equipe — com fonoaudiólogos, cirurgiões-dentistas, médicos, otorrinolaringologistas, psicólogos, assistentes sociais e pediatras — cada um com seu olhar. É um cuidado que vai além da técnica. É acolhimento, presença e muito amor envolvido”, finaliza Thalia.
Pauta Lívia Monteiro, assessora de imprensa da UNINASSAU Juazeiro do Norte.